ANTES DE 1927, PARA CONTEXTUALIZAR A HISTÓRIA

A partir de julho de 1824, centenas de milhares de imigrantes alemães de todas as partes da Alemanha, começaram a colonizar os estados mais ao sul do Brasil.   Esta onda migratória para aquela região, que perdurou por 100 anos, foi acompanhada a partir de 1875, por outras centenas de milhares de imigrantes italianos, em geral do Vêneto, mas também de outras regiões do norte da Itália.

Neste cenário, em 1922, aportou com a família no porto da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, um técnico químico alemão de nome Arthur Kopcke. Nascido na Pomerânia, Kopcke, em certa ocasião, tentou pintar um móvel com as tintas disponíveis no mercado. Após 3 dias de pintado, o móvel seguia úmido e ele logo se deu conta da péssima qualidade das então tintas produzidas no país. Amigo dos irmãos Leopoldo, Felipe e Waldemar Renner, eles decidiram investir e montar uma fábrica de tintas. Os irmãos Renner, eram netos de imigrantes alemães da região do Hünsruck, chegados em 1825 e instalados na cidade de Montenegro, a 90 kms de distância de Porto Alegre.  

Os irmão deles, Antônio Jacob Renner, conhecido por A.J..  então já era um empresário de sucesso da indústria têxtil, com grande e importante planta industrial situada em Porto Alegre, ao lado do volumoso Rio Guaíba.

ANOS 20 | OS FUNDAMENTOS DA EMPRESA

Assim, os irmãos Renner mais Kopcke, montaram a pequena fábrica de tintas e em 18 de junho de 1927 foi fundada a empresa, que mais tarde se tornaria de âmbito internacional.
A fábrica foi montada no parque industrial de outro irmão Renner, Antônio Jacob, conhecido como A.J., que já era reconhecido como industrial de grande sucesso e que acabaria se tornando sócio e mentor do empreendimento. Em um espaço de não mais de 200m², bem ao fundo das instalações do parque fabril de A.J. e já bem próximos ao Rio Guaíba, começou a funcionar o que ficou conhecido como Tintas Renner.

ANOS 30 | SOB A LIDERANÇA DE ERNESTO LUÍS

Em 1930, entra na sociedade uma irmã dos quatro, Olga Renner Herrmann, viúva de Hugo Herrmann, outro imigrante alemão. Nascido em Mainz, a beira do Rio Reno, chegou a Porto Alegre em 1903, se tornando representante comercial em lombo de cavalo e conhecendo Olga, em Montenegro, em uma destas viagens de trabalho.
Hugo faleceu em 1924, com 44 anos de idade, deixando Olga com cinco filhos por criar. Antônio Jacob, claramente o líder do processo, convida então a irmã para a sociedade, sob argumento de que os filhos homens iriam lá trabalhar. De fato, ainda em 1930, o filho varão mais velho de Olga, Ernesto Luíz, então pouco mais que um adolescente, assume a liderança da empresa. A empresa crescia rapidamente, montando uma fábrica de embalagens metálicas em 1933. Em 1937, o pioneiro Arthur Kopcke se retira da sociedade.  Em 1939, 12 anos após a fundação, a empresa já tinha 200 funcionários.

ANOS 40 | ERA HERRMANN

Em 1941, a empresa altera seu nome de Renner Kopcke para Renner Herrmann. Ainda em 1941, uma grande enchente do Rio Guaíba, só superada por outra catastrófica em 2024, quase acabou com a empresa. Se não fosse pela resiliência de A.J.Renner e de seu sobrinho Ernesto Luíz Herrmann, a empresa teria fechada os portas.
Ao contrário, sem se abater, compraram 11 hectares uns 10 kms dali e construíram nova fábrica, muito maior, mais moderna e bem longe do rio. Esta ficou totalmente pronta e operacional em 1951, sendo a plataforma indispensável para o grande crescimento que estava por vir.

ANOS 50 | NOVA FÁBRICA - NOVO SÍMBOLO

Em 1958, Ernesto Luíz veio a falecer com a idade de 48 anos. Ele, mesmo ainda tão jovem, tinha construído uma empresa muito respeitada na região, com ótima reputação e líder em tintas no estado do Rio Grande do Sul.
Para efeitos comparativos, embora hoje o estado do Rio Grande do Sul tenha uma população 6 vezes menor que a Itália, sua área territorial é equivalente. Assume então a liderança da empresa, seu irmão mais jovem, Hugo, com 37 anos, que tinha o mesmo nome do pai e era engenheiro químico.
Nesta ocasião foi criado o famoso logotipo do cavalinho branco. Renner, em alemão, significa “corredor”. Para refletir a ideia de agilidade e solidez, foi então adotada a figura do cavalo em disparada, que acabou se tornando um logotipo ícone.

ANOS 60 | INÍCIO DA EXPANSÃO NO BRASIL

Os anos de 1960, foram os anos que iniciaram a expansão dentro do Brasil das empresa Renner Herrmann. Foi construída uma fábrica no estado da Bahia, outra em São Paulo e comprada a Industria de Tintas Louçalin, concorrente da Renner no Rio Grande do Sul.
Nesta ocasião, entra na empresa, Ernesto Egon, filho de Ernesto Luíz e primeiro membro da terceira geração.

ANOS 70 | RENNER HERRMANN DOBRA DE TAMANHO

Em 1975, foi comprada a totalidade das ações da Ideal Tintas e Vernizes, então uma empresa do tamanho da própria Renner Herrmann e que marcou o início da fabricação de tintas automotivas dentro do Grupo.  
De uma hora para outra, a empresa dobrou de tamanho. Nesta década, Thomas, que viria a se tornar presidente da empresa em 1990 e Marcos, filhos de Hugo Herrmann, se incorporam a equipe de executivos.

ANOS 80 | A EXPANSÃO CONTÍNUA

Em 1980, um marco que tem reflexos muito importantes até a data de hoje. Renner Herrmann adquire 60% da Sayerlack Industria Brasileira de Vernizes, capitaliza a empresa, que sob o comando de Alexandre Cenacchi, consolida a liderança no fornecimento de tintas e vernizes para a indústria moveleira brasileira e se transforma mais tarde na Renner Sayerlack S.A., empresa líder com operações fabris em várias nações, Itália entre elas, e distribuição de produtos em mais de 90 países.
Os anos 1980, foram de grande expansão, com a absorção de empresas como Polidura, da então americana Dupont; Oxford, da então alemã Hoechst; da francesa Lorrileaux; da Tintura e dado a primeiro passo internacional com a compra da Sinpla, no Uruguai

ANOS 90 | CAMINHADA INTERNACIONAL

Muito sedimentada no Brasil, Renner Herrmann acelera sua caminhada internacional nos anos 1990, comprando a Blundell no Chile; a Panamericana e Pintcol, esta via a Sayerlack, na Argentina, além de abrir um centro de distribuição no Paraguai.   Uma curiosidade: em 1995, com o patrocínio da marca Renner na camiseta, a equipe de futebol do Grêmio, de Porto Alegre, ganha o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e que naquela ano a Copa Libertadores da América, qualificando-se para jogar a final do campeonato mundial de clubes, contra o Ajax, de Amsterdam, em Tóquio.

ANOS 2000 | CONSOLIDAÇÃO

Os anos 2000, foram de consolidação e crescimento com foco nos setores de tintas industriais para uso geral e tintas e vernizes para a indústria moveleira, além de outros setores não tintas.
Entre os setores não tintas, cabe destacar a entrada do grupo em 2011 na área de alimentos , com o início da operação de uma planta de transformação de soro de leite liquido em pó , resultando na fabricação de ingredientes lácteos usados numa grande gama de produtos , em especial “whey protein”.
Em 2019 , ainda neste setor, foi criada a associação Sooro Renner, que hoje opera 4 plantas industriais no Paraná e Rio Grande do Sul.
Já , nesta mesma ocasião , mais plantas industriais de tintas e não tintas no Brasil e tintas no Chile e Peru foram montadas ou compradas, como a Flex no Brasil, além das empresas Creizet e Cerrillos, no Chile. Isto, sem citar as inúmeras operações da Renner Sayerlack. A quarta geração da família Herrmann é hoje ativa em vários dos conselhos de administração das diferentes empresas do Grupo.
Em 2025, às vésperas de completar 100 anos, as empresas e associações de Renner Herrmann S.A., operam 12 plantas industriais e 7 Centros de Distribuição em 10 diferentes países, com distribuição de produtos em outras 90 nações.

IMAGEM CORPORATIVA

Desde 1927 até hoje, o logotipo reflete a passagem do tempo.